16 de novembro de 2015

Prazo É Para Ser Cumprido. Nem Tudo Precisa Acabar em Pizza

Para o Gestor de Contas, administrar prazos pode ser uma tarefa das mais desafiadoras. Com raríssimas exceções, nosso trabalho depende de outras entregas: de respostas e tarefas vindas de outros departamentos (mídia, produção, criação), de fornecedores, de clientes.

O problema não é trabalhar muito, mas trabalhar mais do que o necessário por conta da ineficiência, por trabalhar errado, por trabalhar correndo na última hora, quando não há uma brecha para uma correção de rumo sem prejudicar o projeto como um todo. 


Sei que a gente vive num mundo em que velocidade conta, mas é justo por isso que preservar um precioso tempo para que se realize uma boa gestão de contas é fundamental. Mas falta tempo porque há muito trabalho ou porque o tempo nos é "roubado"? 

Muitos já escreveram sobre o quanto checar e-mails a todo instante e viajar na rede de hiperlink em hiperlink sabota nosso foco e toma muito do nosso tempo, portanto não vou falar sobre isso. Existe uma outra coisa que sempre me chamou atenção e não tem nada a ver com essas maldições da modernidade, digamos assim. O que chama a tenção é que não é só o gestor de contas que depende dos outros para concluir os trabalhos. Na verdade, um trabalho integrado implica justamente em uma coisa que puxa a outra, que depende da outra, que se conecta à outra. Mas há quem não se dê conta de que não trabalha sozinho. Portanto, por mais que haja uma tarefa que só possa ou deva ser executada por determinada pessoa, o que ela entrega é apenas parte de um todo. Não basta fazer a sua parte na hora que lhe for conveniente e o todo se completará como mágica. Quem não percebe (ou finge que não percebe) que uma coisa se conecta à outra, acaba por desrespeitar e/ou subestimar o trabalho de seus pares.
 

Trabalhar com esses verdadeiros “ladrões de tempo” é viver perigosamente. Vira um exercício de adivinhação, de pressuposto, de infindáveis surpresas (nem sempre boas). Nos deixa tensos além da medida. Nos faz trabalhar horas a mais vendo longa parte de nosso dia ser simplesmente desperdiçada. E
, quando você percebe, estará gerenciando o tempo do outro também, o que gera sempre algum conflito. É comum que quem pensa trabalhar sozinho reclame que se sente “muito pressionado”, como se isso servisse para abrandar ou tirar por completo a parte de responsabilidade que lhe cabe em qualquer falha do processo.

É melhor ficar de olho e não se deixar comover por esse discurso, tentando contorná-lo com muito diálogo e mecanismos que visem a engajar a pessoa no coletivo, de uma forma que ela perceba que seu conhecimento e habilidade é mais importante no processo conjunto que fora dele. A velha história de que o todo é mais importante que as partes.

Todo cuidado é pouco. Basta um só “ladrão de tempo” e no final todos viramos noites e comendo a pizza de sempre. Gestão é zelar pela realização do bom trabalho, por processos que sejam seguidos, pela integração da equipe. Pela entrega do melhor trabalho. Brigar por isso é nossa obrigação, e não tem nada a ver com pressão. Prazo é coisa séria, tempo é dinheiro. E, no final, tudo isso é resultado para a agência e para o cliente.

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